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domingo, 1 de maio de 2011

PERDÃO

Olá amigos,


hoje, e somente hoje, Deus me deu forças para falar, me expressar, e contar minha experiência sobre o P-E-R-D-Ã-O. Eu relutei muito em falar sobre esse assunto, pois ainda estava ferida, machucada, e quando eu falava, me doia muito.
Mas hoje é diferente.
Hoje eu consigo falar e quero, de alguma forma, ajudar você com essas poucas palavras que se seguirão aqui.

Perdão.
Você se lembra de quando éramos crianças e quando nós "arengava" com alguem vinha a mãe e ordenava que pedíssemos desculpas ao coleguinha e depois disso continuávamos a brincar com o amigo como se nada tivesse acontecido? Pois é. Infelizmente, conforme vamos crescendo, essa capacidade de perdoar instantaneamente, para alguns, se vai.
Comigo não foi assim. Sempre obedeci aquele versículo que dizia:
"Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos Céus" Mt 18.2

Mas chegou um momento na minha vida em que eu não consegui perdoar como quando criança fazia.
Me machucaram tanto (e aí não vale a pena dizer como,rs) que construí no meu coração um muro (graças a Deus, não muito resistente), e me afastei daqueles que me machucaram e que também machuquei. E essa prisão em que encontrava doía muito.
É por isso que estou aqui. Não quero que você, querido leitor, permaneça nesse prisao que eu me encontrava. Eu sei que ela é escura e que traz angustia e dor, e é horrivel.
Por esta razão, o Senhor me revelou nas Santas Escrituras algo tremendo:

"Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.
Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão."
Mt 5. 23 - 25

Eu amo esse sermão do monte. Vários são os versículos dessa passagem que escutamos em pregações. Mas eu nunca tinha percebido o que vou falar a vocês hoje.
No dois versículos em azul, Jesus nos ensina sobre a HUMILDADE. Ele nos fala que se soubermos que o nosso irmão tem algo contra nós (e não nós contra ele) devemos antes de ofertarmos adoração ao Senhor, reconciliarmos com esse irmão. A nossa carne, ao escutar isso, de pronto pode pensar:
"Ora, mas se é o meu irmão que tem algo contra mim, porque eu tenho que ir atrás dele e pedir perdão? Ele que venha!"
Pois é. Essa é a essência do versículo: HUMILDADE. Mesmo que você não tenha feito nada para o seu irmão, o seu ato de humildade, pedindo perdão inocentemente, pode mudar o seu relacionamento com este irmão. Essa atitude pode quebrar cadeias.

Agora vemos a segunda parte do nosso texto, a parte em vermelho. Nesses versículos, Jesus nos fala das consequencias de não se buscar reconciliação entre os irmãos. Se não procuramos resolver o desconforto rapidamente, o meu adversário pode me levar ao tribunal, e o juiz pode me condenar e eu ficarei preso.
Traduzinho: quando não liberamos perdão, como quando éramos crianças, lembra?, essa situação pode nos levar a MÁGOA / RESSENTIMENTO, e essa mágoa, a AMARGURA, e com essa amargura, ficamos presos em nosso próprio coração.

E como é ruim olhar para as situações passadas que nos machucaram e que não liberamos perdao, e sentirmos a mesma dor que sentimos na primeira vez que a situação aconteceu. Isso é uma prisão.

O Senhor não quer isso para nossas vidas.
A palavra nos diz em Jo 10.10 :
"O ladrão veio para matar, roubar e destruir. Mas eu vim para que tenham VIDA, e a tenham em ABUNDÂNCIA".

Estar preso a sentimentos que nos machucam nos impedem de sermos LIVRES.
Eu sei que tudo isso leva tempo, e que o processo pode demorar para uns e ser rápidos para outros.
Eu, por exemplo, demorei UM ano para me libertar dessa prisão dentro de mim. Orei, chorei muito. Meu deserto era árido e solitário. Via todos caminhando e eu lá, presa a uma situação passada que só eu lembrava.
Foi aí que, recentemente, pulei o muro que eu mesmo havia construido, e com a ajuda do Espirito Santo, derrubei a muralha e joguei fora todos os escombros. Pedi perdão, liberei perdão. Tirei um peso de minhas costas.

Hoje eu consigo olhar para a situação que há uma ano me machucava, e enxergar o cuidado de Deus e o aprendizado que tive. E olha só: não doi mais. A minha ferida cicatrizou. Glória a Deus!!!

Então, queridos, a minha oração nessa manhã de domingo, é que seja que for que leia esse post, seja impactado e passe a pedir ao Senhor que derrube a muralha que por acaso possa ter em você. Ele te ajudará, Ele te guiará. Ele te ama e quer o seu bem. Não espere que os outros venham te pedir perdão. Perdoe antes de isso acontecer.
Que ao ler essas palavras, você possa se reconciliar com os outros e consigo mesmo. E, assim, experimentar a BOA, PERFEITA, e AGRADÁVEL vontade do Senhor (Rm 12.1).

Há muito tempo devia ter escrito isso aqui no blog, mas só encontrei forças hoje.
Que o Senhor te abençoe e te transforme de glória em glória.

No amor que me libertou,

Débora Raquel




segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entre a Essência e a Aparência



















Graça e paz meus queridos,

recentemente li o livro de Eclesiastes, escrito pelo Rei Salomão.
Percebi como ele parecia depressivo quando escreveu este livro, e como ele conseguiu ver a essência de tudo, por trás da aparência que hoje e sempre nos iludiu.
Salomão, o homem mais sábio que já existiu, percebeu aquilo que não percebemos, quer sejamos brancos ou negros, cristão ou ateus. Dificilmente você encontrará alguem que vê e procura a essência das coisas ao invés de se contentar com a aparência.
Sempre valorizamos o que é visível não é mesmo?

Salomão escreveu:

Eu, o mestre, fui rei de Israel em Jerusalém. Dediquei-me a investigar e a usar a sabedoria para explorar tudo o que é feito debaixo do céu. Que fardo pesado Deus pôs sobre os homens! Tenho visto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo é inútil, é correr atrás do vento! Ec. 1: 12 - 14

Você percebeu? Entendeu a essência dessa palavra divina?
Creio que Salomão quis dizer que tudo o que buscamos de visível nessa terra, as posses, a sabedoria, a riqueza, o reconhecimento, a vaidade em geral, tudo é correr atrás do vento, não é novo, já foi feito e não serve de nada, é inútil. Salomão explica: O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente, não há nada novo debaixo do sol! (Ec 1.9)
Percebem a inutilidade de todas as coisas? Percebem como valorizamos, o visível, o aparente, o que não é nada?


Isso pra mim é um tapa na cara de todos nós. Valorizamos as pessoas pelo que elas tem, e não pelo que elas são; valorizamos as amizades pelo que elas podem oferecer, e não pelo que elas são; as vezes valorizamos Jesus pelo o que Ele nos , e não pelo que Ele é. Quão deprimente e aparente somos!
Falo sinceramente que, na realidade, somos repletos de vaidade e queremos tudo, por puro prazer próprio. Não me abstenho disso. Sou eu, é você, somos nós! TODOS.
É por isso que temos no peito um vazio que nunca é preenchido.
Mas aí, onde fica a essência de tudo em todos? Onde fica a razão da existência?

Lembro do que o apóstolo Paulo falou a Igreja de Corintos: Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que se não vê é eterno!
(2 Co 4.16)

UM que pode resolver tudo isso e nos impedir de correr atrás do vento, atrás do nada, atrás daquilo que não leva a nada. Ele é tudo em todos, ele é Deus. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. Tudo que é visível aos seus olhos passa. Tudo o que é aparente para ele não serve. Aquilo que vem do coração, isso sim serve para Ele.

Porque "o Senhor não vê como o homem; o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (1 Sm 16. 7b)

Sejamos como o nosso Deus, procuremos olhar para as pessoas, para seu coração. Não nos contentemos com aquilo que os olhos veem num primeiro momento. Acordamos para a realidade real, não a aparente.
Vejamos a essencia de tudo, de todos. Deixemos a vaidade, de "correr atrás do vento", do inútil.
Vejamos Cristo nos irmãos, na comunhao, no partir do pão.
Não há nada novo debaixo do sol, valorizemos as pessoas e não as coisas. Expulsemos o consumismo, a coisificação, o menosprezo e o interesse pelos bens de nosso coração.

O sentido de tudo é Cristo. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. Sem Ele o sentido é insensível. Ele é o único ebaixo e acima do céu que sempre é novo, mesmo sempre sendo eterno.

Cresçamos e pensamos que "Cristo em nós, a esperança da glória!" (Cl 1.27)

No amor do Pai,

Débora Raquel